terça-feira, 22 de outubro de 2013

NEW YORK COMIC CON 2013

 por Nilton Sperb
 
Mesmo em sua infância, já que voltou à cidade há apenas sete anos (2006), a New York Comic Con se equipara aos maiores eventos de quadrinhos do resto dos Estados Unidos. Na verdade, o maior centro de convenções de Nova York (Javits Center) está se tornando pequeno para tal acúmulo de atrações. Há tanta coisa pra se ver que os agora quatro dias (estendidos dos iniciais três, em 2010) são bem curtos (e passam bem rápido).





É humanamente impossível acompanhar todos os tipos de entretenimento (e ainda visitar o andar do show room com freqüência) sem perder algo importante... das tradicionais novidades que fogem dos quadrinhos, passando aos vídeo games, filmes e seriados de TV, e exploram qualquer outra mídia que envolve imagens impressas ou projetadas.

Portanto, é nos painéis e eventos especiais que se concentra o melhor divertimento. Entre a apresentação das novidades pelos artistas, a sessão de perguntas e respostas, e até as sinceras (e por que não, singelas) declaraçōes de fatos curiosos e pitorescos sobre o dia-a-dia no trabalho da várias áreas, dá pra ter um gostinho saboroso do universo por trás dos bastidores da produção imagética dos quadrinhos afora.




Nada melhor, então, do que dar um pequeno mergulho por estes superconcorridos e selecionados eventos, nesta imensidão de oportunidades, que forma o oceano da programação dos eventos da NYCC 2013.



MARVEL: Amazing X-Men & The Marvel Universe

“Nunca imaginei que um painel começando tão cedo (11 da manhã da sexta-feira) iria atrair tanto interesse”, declarou Peter David. Por outro lado, há tantos gibis e variações de grupos baseado nos X-Men... (Inacreditável que 90 por cento da população de mutantes perdeu seus poderes alguns anos atrás), que fica difícil de distinguir entre os Amazing, New & Smashing X-Men e aqueles de que participa (ou não) Wolverine. Porém, diante da presença do grande público no início de mais um dia da Convenção, não há como negar o apelo que existe no material.




No meio do enorme lote, entretanto,  um título se destaca, e só poderia ser do veterano roteirista. Peter David retorna ao Universo X pra escrever uma nova série chamada “X-Force” com um conceito bastante inovador: “Como os super-heróis se comportariam se fizessem parte de um conglomerado corporativo”. Daí o título Corporate.





Na sua longa série X-Factor, lançada originalmente nos anos 80 e, após um hiato na virada do século, retornar com força total em 2007, o escritor da velha guarda já tinha revirado o conceito de mutantes de pernas pro ar, introduzindo citações filosóficas com inúmera pitadas de humor. O que ele nos reserva desta vez, em um título que desde já promete muito, nem o Sombra sabe!

Justice League: War




 Batman tem uma nova voz nesse primeiro longa-metragem animado completamente baseado nos conceitos da linha DC - Os Novos 52. Jason O’Mara (dos seriados americanos “Life on Mars” e “Terra Nova”) traz um tom mais suave ao Homem-Morcego, em comparação com o sombrio (e tradicional) Kevin Conroy e o rouco Christian Bale dos filmes do cinema.

Uma coisa é certa, desta vez Jason vai contar com maior longevidade no emprego. Ao contrário dos dois seriados de TV mencionados acima, que foram cancelados ao final da primeira temporada, já estão programados pelo menos dois outros longas com ele como a voz do Cavaleiro das Trevas.








Segundo Andrea Romano, veterana diretora de vozes dos desenhos animados, apesar de um começo um pouco turbulento nos ensaios, o ator conseguiu sem muita dificuldade emprestar o seu charme a Bruce Wayne. Jason é irlandês e teve que trabalhar um pouco no seu sotaque. Isso no entanto não criou problema nenhum à diretora, que é acostumada no dia-a-dia com esse tipo de coisa. (Seu marido é brasileiro.)
A apresentação abriu com a introdução da versão especial do longa (em duas partes) de “The Dark Knight Returns”, longas baseados na marcante serie de Frank Miller. O DVD set inclui uma entrevista especial com o autor. 


Bate-Papo com a Marvel

Quase ao final dessa apresentação fomos agraciados com uma grata surpresa: a aparição de George A. Romero, o criador de zombies, director de “Night of the Living Dead” (“A Noite dos Mortos-Vivos”). A presença deste inovador de filmes de terror se deve ao fato de que ele, mais uma vez, é o autor de uma história originalíssima da nova série de quadrinhos Marvel misturando zombies e vampiros, “Empire of the Dead” (com impressionante arte de Alex Maleev). 





O conceito narra a batalha entre esses dois mais famosos tipos de mortos-vivos pela conquista e domínio de nós, pobres mortais ainda vivos. Do alto de seus setenta e tantos anos, George A. Romero é um senhor simpático que respondeu com bom humor e disposição a todas as perguntas dos fãs presentes, contando histórias curiosas e anedótas sobre o desafio que foi produzir o primeiro trabalho original de onde surgiu o fenômeno que hoje toma conta de todas as mídias (dos vários filmes-sequências aos quadrinhos e seriado de televisão).



 
Nota: Com toda a deferência ao saudoso Paulo Francis, grande crítico das artes na Globo durante os anos 80, procuramos não tentar traduzir literalmente os títulos originais das obras e painéis relacionados nesta materia, sob o risco de não acertar a adaptação que será usada no Brasil.



 

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