quinta-feira, 25 de outubro de 2012

UM APAIXONADO PELO QUE FAZ


Revista ROCKY LANE. Capa de Primaggio Mantovi. Rio Gráfica e Editora.

Talvez, se não tivesse trabalhado por 24 anos na Disney/Abril, desenhando, escrevendo, editando, coordenando, ensinando e lançando grandes nomes no mercado de quadrinhos, teríamos mais títulos desse grande artista. Pois a vida que o levou a essa trajetória, escondeu o escritor apaixonado por cinema, de texto leve e agradável, mas não o criador e desenhista que participou ativamente do mercado de quadrinhos no Brasil dos anos 1960 a 1990.
Primaggio Mantovi começou sim, lá na década de 1960, no gibi do ROCKY LANE, seu ídolo de infância. Entre as muitas capas que fez, e as histórias que escreveu e desenhou, participou também do gibi do RECRUTA ZERO, outro título importante em sua carreira, que mereceu capas assinadas e histórias exclusivas, já que a RGE (Rio Gráfica e Editora) permitia tal ousadia. Em 1972 lança o palhaço SACARROLHA, criação própria, em um gibi editado pela mesma RGE.


Capa do número 1 da revista Sacarrolha, lançada pela RGE.

O sucesso de seu personagem, o levou a ser contratado pela Editora Abril, onde a partir de 1973, coordena a Escolinha Disney, destinada a formar novos talentos. Sua paixão pelo cinema e pelos filmes de faroeste ficou lá, escondida nos anos seguintes, entre o lançamento de dr. Zôo em tirinhas, do Sacarrolha em merchandising, dos gibis nacionais em que ele batalhou para que cada artista tivesse seu crédito no início das histórias, do gibi dos Trapalhões e sua belíssima Graphic Novel DIDI VOLTA PARA O FUTURO (ganhadora de todos os prêmios em 1991), das adaptações para quadrinhos dos sucessos da Disney nos cinemas (Mulan, Tarzan) e tantas outros projetos que participou e comandou ao longo dos anos em que atuou no Grupo Abril.


Em 2003, o gênero Western, ganha duas obras de fôlego, escritas por Primaggio Mantovi

Na década de 2000, já livre de suas obrigações como diretor editorial, libera sua paixão pelo cinema através da escrita. Sorte nossa. Sai o belíssimo 100 ANOS DE WESTERN, oportuno, já que foi mesmo lançado no centenário do gênero. Obra indispensável para todo amante do cinema, fez muito sucesso e ganhou atenção da mídia em geral, chegando até ao Programa de Jô Soares, onde foi entrevistado. Sua paixão pelo faroeste é tão grande que não coube num livro só. No mesmo ano lança CURIOSIDADES DO WESTERN, com mais informações sobre seus ídolos, seus filmes e bastidores.


Escrito nos anos 1990, LUCIANO apresentou a incrível história do homem que um dia
acorda e percebe que virou uma mulher. Criação de Primaggio Mantovi e
desenhos de Fernando Bonini (1955-2005)

Capa do ALMANAQUE DO SACARROLHA, lançada durante o TROFÉU HQ MIX 2012

Em janeiro de 2005, volta aos quadrinhos lançando o álbum LUCIANO pela Via Lettera. Criação sua, com desenhos do saudoso Fernando Bonini. Em 2007, mais uma vez, sua paixão pelo cinema o leva a escrever O CENTENÁRIO DE JOHN WAYNE, repleto de fotos e com um encarte colorido contendo a filmografia básica do ator e os cartazes de seus filmes. Nesse ano de 2012, o SACARROLHA completa 40 anos e torna-se "a estatueta" da principal premiação de quadrinhos e artes gráficas da América Latina, o TROFÉU HQ MIX. Além disso, ele também volta em uma edição especial intitulada ALMANAQUE DO SACARROLHA, com um material bonito de se ler e ver: formato grande, hqs recoloridas, histórico de capas e o texto gostoso do mestre Primaggio, discorrendo sobre as aventuras de se publicar um personagem próprio no Brasil. Soma-se a tudo isso, palestras, cursos (que já revelaram grandes talentos, especialidade sua, diga-se de passagem), e um sem-número de traduções feitas ao longo desses últimos 10 anos, de hqs Disney, sua outra grande paixão. Aliás, paixão é a melhor palavra para resumir a trajetória de Primaggio. É, e sempre foi um apaixonado pelo que faz. Seja escrevendo ou desenhando.


Almanaque ROCKY LANE, lançado durante o FEST COMIX 2012

E foi com essa mesma paixão, que ele foi buscar, lá nos longíquos anos 1960, o seu cáubói de infância: ROCKY LANE, e o trouxe á vida novamente, através do ALMANAQUE ROCKY LANE, lançado recentemente pela CLUQ-Clube dos Quadrinhos, de Wagner Augusto. E mais uma vez apaixona o leitor, contando a sua história de vida, das idas ao cinema com os pais para assistir aos filmes de faroeste e especialmente os que tinham nos créditos o ator Allan Rocky Lane, a trabalhar nos próprios quadrinhos de ROCKY LANE, na RGE. Sua narrativa nos remete a um boa conversa, pontuada por informações precisas (datas, nomes de filmes, curiosidades, nada o escapa) entre Primaggio e o leitor, que ao meu ver, entenderá porque a carreira desse grande artista sempre foi vitoriosa: porque tudo foi feito com muita paixão.
Paixão que ainda o motiva, mesmo estando com 67 anos, onde nessa idade, muitos já penduraram as chuteiras. Pois vem aí mais um livro. Este, sobre o gênio Walt Disney.
E vamos lá...nos apaixonar novamente.

O TEMPO FAZ OS VERDADEIROS AMIGOS.
Concordo plenamente, Primo!

PARA ADQUIRIR A OBRA ALMANAQUE ROCKY LANE, mande e-mail para:
ou escreva para:
R. João Batista Pereira, 131 - Butantã - São Paulo - SP
05596-090
PREÇO: R$ 35,00 (frete incluso)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

PATRÍCIA ZACCARIAS


Quem a conheceu, sabia que a sua delicadeza como pessoa também se podia sentir na sua arte. Uma arte firme, precisa, mas acima de tudo, delicada, singela, bonita de se ver. Com um pincel na mão, ela tornava cada traço, cada desenho, mais vibrante, pulsante, ganhando vida. Arte final é isso. E quando se tem amor, paixão, pelo que faz, aí é que tudo fica lindo.
Patricia Zaccarias era assim. Apaixonada por desenho, por criação, por arte.
Sua estrela começou a brilhar lá no início da década de 1990, na revista O Pequeno Ninja, chegou ao tablóide infantil KIDNEWS, de Paulo José e Roberto Munhoz, onde trabalhou com inúmeros personagens, demonstrando versatilidade e rapidez, tornando-se a arte-finalista oficial do jornal. Com o fim da publicação, sua estrela foi brilhar na Fábrica de Sonhos. Dos nossos sonhos e boas lembranças da infância: os Estúdios Maurício de Sousa. Aí tudo ficou ainda mais bonito! Emprestou sua arte para muitas e muitas hqs do Cebolinha, da Mônica, Cascão, Magali, Chico Bento, Piteco, Bidu...enfim, toda a turminha passou pelo seu belo traço. E depois de tanto brilhar, brilhar e brilhar com seu talento, embelezando ainda mais cada traço, cada desenho, cada quadrinho criado nos Estúdios MSP, sua estrela se apagou neste dia 17 de outubro de 2012. Mas sua arte não morre. É eterna. Está aí sendo publicada pelo mundo afora nas aventuras da turminha. E a estrela não brilha mais aqui, mas está lá, se olharmos para cima, em algum cantinho do céu. Junto com todas as outras estrelas que iluminam as noites. Com a mesma vibração e luz de quando brilhava por aqui.
Saudades Pat!

sábado, 6 de outubro de 2012

SENNINHA: O GIBI QUE VENCEU A MORTE


Capa do número 0 do SENNINHA

Enquanto as vendas da maioria dos gibis caíam, devido a situação econômica do país, um gibi surgia na contramão de tudo isso. Só a Editora Abril Jovem, na época, a maior na área de quadrinhos, para apostar em uma nova publicação do gênero, e o que é pior ou melhor: era uma produção nacional. Surgia então, a revista em quadrinhos do SENNINHA!


A IDEIA
A paixão pela Fórmula 1, uniu o publicitário Rogério Martins e o desenhista Ridaut Dias Jr. em torno de uma ideia: criar uma história em quadrinhos inspirada no grande piloto Ayrton Senna. Corria o ano de 1990, e Senna acabara de conquistar o segundo título mundial de F1. Depois de muitos estudos, estava criada toda a ambientação para as hqs da versão mirim do piloto. O projeto só chegou ás mãos de Ayrton em 1993, que de imediato aprovou a ideia. Mas nem todos da família gostaram. Seu pai, Milton da Silva, era contra. Mesmo assim, Ayrton deu aval para que a dupla continuasse desenvolvendo. O projeto foi apresentado para a Abril Jovem, na época a maior editora de quadrinhos do Brasil.

OS PERSONAGENS
Senninha
não surgiu para contar as aventuras de infância do piloto. Embora inspirado nas suas feições, o personagem era um admirador de Ayrton Senna. Sua turma era composta por meninos e meninas de um mesmo bairro, que viviam grandes aventuras, muitas delas envolvendo competições com uma turma "da pesada" comandada pelo trapaceiro "Braço Duro". Alguns personagens eram batizados em homenagem a alguém. Johnny, que projetava os carros do Senninha, era uma homenagem a Johnny Herbert, piloto da Lotus. JJ, amigo do Senninha fanático por esportes, homenageava JJ Lehto, piloto da Minardi na época. E seus irmãos nas hqs, não precisa nem dizer. GIGI (fácil alusão a Viviane Senna) e TÉO, para não ficar LÉO (de Leonardo). Enfim, uma bela galeria de personagens foi criada para dar sustentação as aventuras.




A PREPARAÇÃO
Em 27 de janeiro de 1994, Ayrton Senna apresentou para a imprensa o projeto SENNINHA. O investimento inicial foi de US$ 2 milhões e a promessa é que a revista seria publicada também na Argentina e no Japão. Incluía também uma série de animação com 52 episódios e um filme para cinema, além da marca estampar uma série de produtos. Em entrevista, Senna disse: Senninha e sua turma não visa só o lado comercial, mas também o humano. Será um canal de comunicação com as crianças, para levar a elas noções de vida esportiva, lazer, respeito e formas de se conviver com as vitórias e também com as derrotas.
Em 22 de fevereiro de 1994 foi lançado o número 0 da revista em quadrinhos SENNINHA E SUA TURMA, encartado em várias publicações da Editora Abril. Esse especial de 16 páginas, apresentava todos os personagens e contava o nascimento do Senninha, desde a maternidade, o seu gosto só por carrinhos, e depois, pela velocidade, sempre correndo, seja no andador, seja de patins, ou guiando carrinhos no supermercado. Contava também como o Senninha era escolhido para ser o piloto oficial da turma do bairro e deixava um suspense na última página com a largada da primeira corrida onde Senninha disputava com o trapaçeiro Braço Duro. Quem iria ganhar? Para saber, só comprando nas bancas a edição 1.



O LANÇAMENTO
SENNINHA chegou ás bancas em março de 1994, com tiragem de 150 mil exemplares, periodicidade quinzenal, 36 páginas em papel especial, que valorizava as cores. A primeira história dava continuidade a hq apresentada no número 0. O roteiro era assinado por Mário Mattoso, com desenhos de Roberto Fukue, arte final de Marcos Uesono e Jorge Caxeado, cores de Claudio Ishii. A revista era produzida dentro dos estúdios da Abril Jovem, dirigidos por Primaggio Mantovi, com supervisão e consultoria da Ayrton Senna Licensing, empresa recém-criada para administrar a marca. Localizada no bairro de Santana em São Paulo, a ASL tinha um núcleo de criação, comandado por Rogério e Ridaut, além de excelentes artistas como Marco Cortez, Alexandre Montandon, Mário Mattoso, Jairo Avalle e consultoria de quadrinhos do mestre Waldir Igayara.O número 1 trazia também uma entrevista com o piloto em que ele falava sobre o seu início de carreira, gostos pessoais e também sobre os testes que estava fazendo com a Williams.


A FATALIDADE
Quando o número 4 estava as bancas, o inesperado acontece. Ayrton Senna falece aos 34 anos de idade após sofrer um grave acidente no GP de San Marino, em 1 de maio de 1994. Ninguém conseguia acreditar. O Brasil parou. A produção do gibi parou por várias semanas. O que fazer com o projeto recém-lançado? Nunca houve algo semelhante na história da hq brasileira. A morte do protagonista da revista, logo no início do projeto. Rogério e Ridaut pararam com tudo, estarrecidos. A editora ficou a espera de uma decisão da família Senna sobre o que fazer. Curiosamente, a dupla recebeu a notícia sobre a continuação do projeto pelo pai de Ayrton, que a princípio era contra a criação. Mas era uma forma de homenagear o filho, dando continuidade a um projeto que ele tanto gostava. Apesar da imensa dor, Rogério e Ridaut retomaram o projeto.
Na edição 5, que chegou as bancas poucos dias depois do acidente, a editora apressou-se em colocar um encarte, com uma ilustração onde todos os personagens estão tristes pela perda de seu ídolo e criador, acompanhado de um belíssimo texto assinado por Rogério e Ridaut. Um momento único nos quadrinhos.
Na edição 6, era preciso explicar ao leitor como a morte de Senna era encarada pelos personagen, especialmente o Senninha, seu grande admirador. Talvez a única hq de toda a série que não contou nenhuma aventura do herói, nem uma piada, nada. Era um desabafo, um grito sufocado de dor, escrito por Rogério e desenhado por Ridaut, que fez o leitor chorar.
No período de junho a setembro saiu apenas uma edição por mês. Com uma equipe completamente abalada, era impossível manter a periodicidade quinzenal.


Encarte do número 5. Na ilustração, a tristeza de todos os personagens.
A morte de Ayrton Senna chegara ao gibi.


Página da hq O HERÓI, publicada no n. 6. Senninha e seu irmão choram
a morte de seu ídolo. E emocionam o leitor.
Argumento: Rogério. Desenho: Ridaut. Arte final: Marcos Uesono. Cores: Fabíola Braido
 
A REFORMULAÇÃO
Em outubro de 1994, chegava a edição 10, com uma grande reformulação. a revista passa oficialmente a ser mensal e com o dobro de páginas. Tal mudança já era uma tentativa de equilibrar os custos da revista, que já sofria com um mercado em retração. Distribuir duas edições por mês tinha um custo muito alto, e pouco tempo de exposição em bancas. Aproveitou-se a ocasião também para relançar o título. Em uma edição especial numerada como 10A com 34 páginas e distribuída junto com a revista QUATRO RODAS, a revista recontava de forma resumida o nascimento do personagem (uma adaptação da hq publicada no número 0) e avançava até o dia da morte de Senna, republicando na sequência a hq especial O HERÓI, que trazia a morte do piloto para as hqs. A hq seguinte era ambientada no tradicional Salão do Automóvel, que de fato, estava sendo realizado naquele mês. Também como parte das mudanças, o seu capacete ganhava vida e poderes mágicos e passava a ter um nome: MEU HERÓI. Seu uniforme mudou do azul da Williams para o vermelho da McLaren, equipe onde ele fora tricampeão. Para essa fase, ainda tão difícil para a equipe, foi convidado o desenhista Aluir Amâncio. Já a partir desse número 10, Aluir passa a desenhar quase todas as hqs, contando com arte final de Jaime Podavin, João Anselmo, entre outros. Isso por um período de dois anos. Quem também entrou nessa nova fase foi Marcelo Verde, criando boa parte das histórias. Algum tempo depois, Aluir contrata o desenhista Anderson Nunes para ajudá-lo. 


Capa do n. 10A, encartado na revista QUATRO RODAS.

Em novembro de 1994, foi fundado o INSTITUTO AYRTON SENNA, presidido por Viviane Senna, com o propósito de destinar parte dos lucros arrecadados com o licenciamento de produtos, para a realização de projetos educacionais e de apoio a criança carente. Era o sonho de Ayrton virando realidade.
Na edição 17 (maio de 95) novamente a morte de Senna era lembrada, com um texto de Rogério e Ridaut no início, contando sobre o quanto foi difícil para a equipe trabalhar durante esse primeiro ano, sem o seu mentor.
A partir do número 42 (terceiro ano da série) nova reformulação. A revista volta a ser quinzenal, e passa a ter apenas 36 páginas impressas em papel inferior. Nessa época, acontece também a saída de Ridaut Dias Jr. do projeto. Alegando querer fazer outras coisas que não podia, por causa de seu contrato, descobriu-se depois que havia um motivo maior.


Com a edição 17, completava-se 1 ano de revista. Um ano muito difícil, principalmente
para a equipe que a produzia.


Equipe de animação do INSTITUTO AYRTON SENNA.

O PROCESSO
Na verdade, Ridaut saiu por divergências relacionadas a utilização da imagem do personagem. Segundo reportagem publicada no UOL ESPORTES em 12/08/2010 por Rafael Krieger e Rubens Lisboa, Ridaut declarou que saiu e pediu revisão contratual. Não conseguiu e desistiu da ação jurídica. Rogério Martins saiu do projeto dois anos depois, abrindo um outro processo, esse por não haver mais indicação de sua autoria. Suas assinaturas haviam saído de todos os produtos e os personagens teriam sido alterados. Um outro processo também foi aberto pedindo a reparação de danos sobre direitos patrimoniais sobre o personagem
"A gente não conseguia se entender com a família. Sempre foi difícil, porque tìnhamos um acordo verbal com o Ayrton e sem ele ficamos órfãos. Passamos a ser empregados e só continuamos por vontade de manter o personagem.
– declarou Rogério. O que de fato ocorreu, segundo ele, é que após a morte do Ayrton, a família apresentou-lhes um novo contrato, que os colocava apenas como desenhistas, assegurando -lhes um valor pela produção da revista e tirando-lhes o direito de receber os royaltes, já que eram os criadores do personagem. "Eles ficaram com todos os direitos, e a gente sem nada"-afirmou Rogério.
Bem antes, em 2004, Rogério Martins havia dado a seguinte declaração ao ESTADÃO: "Sempre tentaram esconder nossos nomes, são dez anos de uma criação que enfrentou vários revezes e um clima de trabalho péssimo", acusa. Ele diz que foi obrigado a assinar um "contrato espartano", regido pela CLT. "Era isso ou davamos adeus ao sonho de desenvolver o personagem inspirado pelos ideais e pelo jeito de ser de Ayrton Senna", revela. "Senna afirmou que poderíamos assinar o contrato que ele garantiria. Nós tínhamos uma relação de confiança muito boa, mas quatro meses depois ele morreu."
O que pode ser observado a partir da saída de Ridaut (edição 42), é que já não havia mais a assinatura dos dois nas capas, porém ela aparecia no primeiro quadrinho de cada hq. Na capa, foi substituída pelos dizeres: CRIADORES DO PERSONAGEM: ROGÉRIO M. MARTINS / RIDAUT DIAS JR. O que é mantido até hoje.


Ridaut, Viviane Senna e Rogério Martins.


Desde o número 1, a revista sempre contou com grandes artistas. Nessa primeira fase na Abril Jovem entre tantos, destacaram-se: Aluir Amâncio, Roberto Fukue, Mário Mattoso, Alexandre Montandon, Marcos Uesono, Adriana Mingati, Marcelo Verde.



Na segunda fase da revista, já em nova editora, novos artistas emprestam seu talento ao personagem: Anderson Nunes, Dong Hang Yi, Marcelo Conquista, Genoviz.

A MUDANÇA DE EDITORA
Em 1999, com queda nas vendas e com a crise em que passava a Abril Jovem (que deixara de ser empresa e voltava a ser um departamento do grupo) o título passa para a novata BRAINSTORE EDITORA, de propriedade do quadrinista Eloyr Pacheco que mantém a numeração original. Rogério Martins já saíra do grupo, e nota-se que suas assinaturas também saíram das hqs. O desenho em geral sofre uma pequena reformulação. Essa fase da BRAINSTORE durou apenas 6 edições (98 a 103). Após sua saída das bancas, o personagem continuou um caminho bem sucedido no merchandisng estampando dezenas de produtos no mercado.


Capa do n. 1 do SENNINHA pela HQM Editora. Equipe enxuta formada por: Kaled K. Kanbour, Anderson Nunes, Dong Hang Yi, Marcos Uesono e Marcelo Conquista 

O RETORNO
SENNINHA voltou em março de 2008, pela HQM EDITORA. em uma parceria com o INSTITUTO AYRTON SENNA Era necessário apresentar o personagem a uma nova geração de leitores. Um belo álbum foi lançado: AYRTON SENNA, UM HERÓI BRASILEIRO. Com 60 páginas em formato grande e totalmente colorido, trazia uma bela história em quadrinhos, que contava a história do grande piloto de F1 em meio as aventuras de Senninha e sua turma. Foi lançada durante a 14 FEST COMIX.
No mês seguinte chegava ás bancas o número 1 da nova revista do SENNINHA. Com 36 páginas coloridas, a publicação apresentava aventuras inéditas da turma, feitas por uma equipe bem mais enxuta, porém de artistas que estavam no projeto a bastante tempo. Da edição 1 a 5 teve periodicidade mensal. (de abril a agosto) A edição 6 saiu só em dezembro de 2008. Um atraso de 4 meses. Em janeiro de 2009 saiu a edição 7, porém a edição 8 saiu somente nove meses depois, encerrando de vez a publicação. Ainda se tentou colocá-lo nas bancas novamente através da SÉRIE INFANTO JUVENIL HQM, onde cada edição apresentaria um personagem diferente. SENNINHA saiu no número 1, em formato americano, com 36 páginas. E não retornou mais ás bancas. Porém está na internet, através do portal www.senninha,com.br, onde o internauta tem acesso a hqs, passatempos, desenhos animados, jogos, dowload e muito mais.
Continua fazendo muito sucesso, participando de campanhas institucionais, de diversos eventos, está estampado em vários produtos, mesmo não tendo o apoio de um gibi.
E tal e qual seu mentor e inspirador AYRTON SENNA, o SENNINHA tornou-se um grande vencedor. Sobreviveu á morte de seu ídolo, logo no início, mantendo-se em bancas por 103 números, virou caso de justiça, reapareceu e sumiu das bancas, mantendo-se sempre nos produtos, mas a maior vitória deste grande personagem foi realizar o sonho do grande AYRTON SENNA, de ajudar milhares de crianças e jovens carentes a terem dignidade e uma educação de qualidade.