CAPA DO NUMERO 1 DE STREET FIGHTER, ED. ESCALA, 1994
Na década de 1990, uma revista em quadrinhos produzida no Brasil fez bastante sucesso, utilizando-se de personagens de um famoso video game. Era a revista STREET FIGHTER. Ela chegou ao Brasil em 1994 pelas mãos da Editora ESCALA. Era no início, apenas a tradução da versão americana, produzida pela Malibu Comics, baseada no jogo de sucesso da CAPCOM. Com isso a novata ESCALA entrava com mais um título de quadrinhos nas bancas, buscando cada vez mais a preferência dos leitores. A tradução e edição da revista foi entregue a Marcelo Cassaro e as letras à Miriam Tomi. Porém a série durou pouco nos EUA, pois a CAPCOM exigiu seu cancelamento, devido a absurdos cometidos pelos seus roteiristas, como por exemplo, a morte trágica de um dos principais personagens. Com o fim do gibi americano, a ESCALA tentou publicar as oito edições do mangá original japonês, sem sucesso. Decidiu-se então continuar a revista por aqui, com roteiros e desenhos brasileiros, expediente já utilizado por outras editoras, como a ABRIL, com ZÉ CARIOCA, LULUZINHA, HE-MAN, e outros.
A partir do número 4, surge então a nova STREET FIGHTER, com roteiro de Marcelo Cassaro, desenhos de Arthur Garcia e João Pacheco, e arte final de Toninho Lima, Alexandre Silva (meu xará) e José Wilson Magalhães. A partir do número 6, com a saída de Cassaro da ESCALA, entra o desenhista e roteirista Alexandre Nagado, que começa uma nova versão da história, ressuscitando, inclusive o Ken, personagem que havia morrido na versão da Malibu. E aí a revista deslancha. O sucesso é estrondoso, fazendo a editora investir cada vez mais na publicação, como passar do formato comic book para o formatinho e dobrar o seu número de páginas, das 24 iniciais para 48, com capa dupla! Isso aconteceu a partir da edição 14.
CAPA DO NUMERO 4, A PRIMEIRA COM PRODUÇÃO NACIONAL.
A revista movimentou um grande número de artistas brasileiros, que participaram da produção, como os já citados acima e mais: Lilian Mitsunaga, Neide Harue, Douglas Alves, Silvio Spotti, Alvaro Omine, Sonia Uemura, Noriatsu Yoshikawa, Rodrigo de Góes e este que vos escreve.
Depois da edição 16, entraria a minissérie AKUMA, a primeira escrita pelo novo editor, Rodrigo de Góes. Porém aconteceram vários problemas durante a produção, e a revista ficou fora de circulação durante um tempo. O colorista, meu amigo Noriatsu Yoshikawa, então contratado da ABRIL, estava atrasado com a colorização. A solução encontrada, foi entrar com outra história, até que a produção desta se concluísse. Aí, eu sou convidado a entrar na revista e faço a minha estreia no número 17, com novo formato (americano), colorizando a historia CASSINO, de Rodrigo de Góes, uma incursão dos personagens no universo da espionagem, bem ao estilo de James Bond.
CAPA DO NUMERO 17, MINHA ESTREIA NA REVISTA COMO COLORISTA
Colorizei a edição inteira e participei da seguinte também (número 18), trabalhando em cima dos belíssimos desenhos do meu amigo Arthur Garcia, com a competente arte final de Silvio Spotti. Com a saída de Noriatsu da revista, acabei concluindo a minissérie em três edições AKUMA, fazendo a última delas. Assim, na edição 19, finalmente chega as bancas a primeira parte de AKUMA, introduzindo novos personagens, em uma história simplesmente eletrizante.
CAPA DO NUMERO 18. TODAS AS CAPAS E PAGINAS PINTADAS Á MÃO, COM ECOLINE (AQUARELA LÍQUIDA)
Com a chegada do número 20 nas bancas, uma triste notícia: a revista seria cancelada. Até hoje, naõ sei realmente o motivo, pois ela vendia bem. Com certeza, problemas contratuais, impediram os leitores de conhecerem o final da saga de AKUMA, que sairia no número 21, pintado por mim e nunca publicado. Fiz também a colorização do número 22, que permanece também inédita. Algum tempo depois, STREET FIGHTER voltou as bancas pela Editora TRAMA, retomando os personagens que apareceram na saga de AKUMA, em uma nova minissérie, escrita por Marcelo Cassaro, desenhada pela Erica Awano (Holy Avenger) e colorizada por Wagner Fukuhara. Mas nem de longe fez o sucesso que a série da ESCALA fez durante três anos, um feito para uma revista brasileira, mesmo que utilizando personagens de fora. É o trabalho preferido do grande Alexandre Nagado, sem dúvida nenhuma, um dos grandes responsáveis pelo sucesso da revista, criador de grandes e emocionantes sagas. Trabalho preferido também do mestre Arthur Garcia, desenhista da série, brilhante, com suas capas duplas, diagramação dos quadros arrojada, e cenas de tirar o fôlego. E inesquecível para mim, que entrei no finalzinho, fazendo apenas 4 edições (só saíram duas, nas bancas), mas tenho um orgulho enorme de ter participado desse grande gibi.
CAPA INÉDITA DA EDIÇÃO 21, COM A CONCLUSÃO DE "AKUMA".
Nao teria como publicar online a numero 21, sem lucros (por isso geraria problemas de direitos autorais) soh pra conhecermos o final da saga Akuma?
ResponderExcluirCara, infelizmente eu nao tenho ela toda...e tb nao tenho os textos dos balões....talvez o Arthur Garcia ainda tenha...preciso falar com ele...abs
Excluircara seria um maximo vc conseguir postar a ediçao 21, pois com certeza foi a mais esperada da serie, eu tenho muitos gibis dessa saga e gosto muito, leio eles ate hoje...
ResponderExcluirPois é, Spaceman...eu nao tenho a edição inteira...nem as artes que eu colori....só tenho a capa (que eu postei) e mais umas duas ou três páginas...infelizmente...abs
ExcluirOi Alexandre. Pô que bom achar vc por aqui e ver que vc de alguma forma salvou um material que estava meio que perdido.Se estiver no facebook me adicione. Tem como arrumar scan destas artes que eu fiz e nunca mais vi?
ResponderExcluirDetalhe a saga do Akuma atrasou por que uma edição inteira foi perdida. Tivemos que fazer todos os desenhos novamente.
eu tenho a numero 17 cassino e a numero 20 akuma segunda parte, hj elas estao valendo quanto mais ou menos?
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